Não foi por acaso...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Uma história de S. Valentim:

A Fada que não cheirava…
Há muitos anos atrás, quando o mundo era povoado por diversos tipos de fadas e duendes, existia a Ebasil. Ebasil era uma fada que possuía uma característica quase única naquele reino: era desprovida da capacidade de cheirar. Não conseguia sentir o perfume das flores a desabrochar na Primavera, não conseguia cheirar a alfazema dos seus cabelos e todos os outras fragrâncias dos cabelos daqueles que habitavam aquela terra. Não se deslumbrava com os multi- aromas que maravilhava cada um daqueles seres esvoaçantes, iluminados e visionários.
Um dia Ebasil enquanto relaxava da azáfama da colheita do néctar das flores, sentiu a presença de um duende ao pé do riacho das Pedras Musgosas. Já fazia algum tempo que um duende não atravessava o riacho, desde que a Lua e Sol se uniram e a celebração juntou toda a população em prazenteiro festim. Se tivesse essa capacidade de cheirar, há muito que teria sentido o aroma canela-baunilhada daquele duende. E se o duende tivesse a capacidade da fala, há muito que teria corrido atrás do voo de Easil.
Ebasil desceu até ao riacho para lavar os potes. O duende Dausame permanece ali à espera de Ebasil.
Dausame sentou-se num numa das rochas e contemplava Ebasil que começara a lavar os seus potes. Os sete potes. Levantou-se e foi para junto de Ebasil . Começou a lavar também um dos potes. Por leves momentos Ebasil quase que experimentou aquele aroma canela-baunilhada. Por leves momentos Dausame quase que conseguiu proferir uma palavra.
Já o riacho estava iluminado pelos raios de luar, quando os sete potes foram lavados e Ebasil e Dausame se encaminhavam para casa. Só não se casaram porque não era costume naquele reino. Mas viveram felizes, sem cheirar ou falar, para sempre!

“E bem-dito e louvado está o conto acabado!”

2 comentários:

Balzaquiana disse...

acho que não ter olfato é bem pior que não poder falar... e que me perdoem... mas tudo o que nos dá prazer nesta vida está automaticamente memorizado com um aroma... bom ou mão... não precisamos de expressar uma palavra para que esses momentos sejam maravilhosos... basta inalar... ;)

Balzaquiana disse...

permita-me a correcção do meu acto disléxico. não é "mão" mas sim "mau". Já não há cura mas enquanto me vou apercebendo já não é mau!